O que esperar de Secret Wars

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Universo 616 e Ultimate colidem

Já podemos começar dizendo que, ao contrário do que foi noticiado a exaustão por outros veículos, essa saga não é um reboot – pelo menos não até o presente momento e não mais do que foram as guerras secretas e outras sagas de realidade alterada, como Dinastia M.

Esse tipo de história, por sinal, é algo que a Marvel sempre soube fazer muito bem: brincar com a mitologia de seus personagens. Os universos alternativos (Noir, 2099, What If) já provaram isso e esse é apenas mais um desses casos. Com ideias interessantes e outras nem tanto (Justiceiro Doutor Estranho, estou falando com você mesmo!) a Marvel brinca com arcos e novels clássicas como Old Man Logan, Marvel Zombies, Era de Ultron e até a recente Spider Verse.

 

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Sentado em seu trono, o Imperador Deus Destino

Mas vamos à história e do que ela trata: nos últimos meses os Vingadores vem lutando contra a ameaça cataclísmica do fim do multiverso e as maiores mentes do mundo não encontraram solução para a ameaça. Até mesmo a Fundação Futuro abandona as esperanças e se concentra na criação de uma arca de preservação das maiores mentes cientificas do universo. Enquanto universos eram sucessivamente apagados, levando a um confronto entre o universo 616 e o Ultimate pela sua sobrevivência, nem isso pode impedir o fim catastrófico.

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Mundo Batalha, todas as terras em uma só.

Aproveitando a crise instaurada, Victor Von Doom, mostrado no início do multiverso, recria tudo a sua vontade colocando a si mesmo como Imperador Deus do novo mundo (como se ele não fosse megalomaníaco o bastante antes) e dividindo o mundo em vários reinos, com fragmentos de vários universos Marvel. Esse reino é murado, separando as Terras Devastadas, habitadas e disputadas pelos Marvel Zombies e os autômatos do Ultron em constante guerra. Poucos heróis se lembram do que ocorreu e a maioria está completamente transformada pela nova realidade.

Temos Doutor Estranho como braço direito e chefe político de Destino; Valerie Richards como chefe de ciências; e Sue Storm como a primeira dama do Imperador Deus. É curioso que a Marvel tenha dado papéis tão centrais aos personagens de universo do Quarteto enquanto por fora tenta apagar qualquer merchandising ligado às marcas que ela não controla no cinema.

Com o p4368947-master_of_fu_tease_wmouco que saiu e difícil prever o desenrolar da história principal mas, ao contrário da4558241-02 maioria das sagas Marvel, essa possui tie-ins muito interessantes, sendo esse o ponto mais forte e ao mesmo tempo o mais fraco da saga até então: tiveram uma liberdade criativa enorme, como o Mestres do Kung-fu que coloca todos os heróis com foco em artes márcias em um reino estilo China antiga, no melhor estilo dos antigos filmes de Hong Kong com toneladas de referências aos clássicos como Drunken Boxer, A 13º Câmara de Shaolin e Herói entre outros; ou Planeta Hulk, que transporta Steve Rogers como um gladiador em busca de seu amigo Buck através de uma terra apocalíptica controlada por clãs de criaturas Hulk em guerras tribais – uma caricatura de filmes 80tistas como Mad Max e Fuga de Nova York. ; e a Thors, polícia do Imperador Doom formada por todas as múltiplas encarnações do Deus do Trovão com um clima de conspiração policial.

Com ideias interessantes e uma caricatura da cultura pop, a saga pode ser uma leitura divertida quando se mantém em mente que ela não pretende ser uma grande reflexão sobre o papel do herói na contemporaneidade, mas sim um brincadeira com toda a mitologia dos Multiversos Marvel. Fica a recomendação para que deem uma chance à saga, e rezemos para que não descambe em mudanças loucas quando a Casa das Ideias retomar a programação normal. 27-05-2015 17-31-10

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