Para quem não conhece, estamos falando de um sucesso de público, logo, você deve conhecer.
Sim, o Alquimista de Aço e seu “pequeno” irmão são personagens que ninguém consegue esquecer, não apenas pela determinação, mas pela luta constante para obter aquilo que lhes foi tirado: seus corpos originais.
Aqui é necessário abrir um parêntese, existem dois animes com o título Fullmetal Alchemist. O primeiro foi exibido de 4 de outubro de 2003 a 2 de outubro de 2004 e é conhecido como o “anime original”, justamente por ter sido o primeiro. E o segundo exibido de 5 de abril de 2009 a 4 de julho de 2010, conhecido como “Brotherhood”.
O primeiro anime desviou-se totalmente da história original do mangá, uma vez que o mesmo foi concluído somente em Junho de 2010, ou seja, o anime ultrapassou o mangá e consequentemente não havia como dizer como autora (Hiromu Arakawa) terminaria a trama, sendo assim, quando a trama chega ao meio conhecemos Dante, que se torna a vilã da história do primeiro anime.
Muitos preferem o primeiro anime pelas músicas e, logicamente, por ter sido o primeiro a sair, mas sinceramente, acho que o Brotherhood, por seguir todo o mangá possui uma história muito mais profunda.
Aqui vamos tratar de Brotherhood, justamente por ter sido o último a ser lançado.
Para quem não conhece, vamos à história: Edward Elric e Alphonse Elric após a perda de sua mãe, Trisha Elric, decidem trazê-la de volta usando alquimia e quebrando seu principal tabu: a transmutação humana. Vale ressaltar que o pai dos meninos também era um alquimista e saiu de casa, deixando sua família para trás, há um grande mistério aí que somente percebemos do meio para o final do anime/mangá. A transmutação humana feita pelos dois dá totalmente errado e para pagar o preço por uma transmutação proibida Alphonse perde seu corpo e Edward sua perna. Neste instante, para trazer seu irmão de volta, Edward em troca de seu corpo (no caso seu braço) consegue fixar a alma do irmão numa armadura gigantesca. Estas perdas não passam despercebidos por um oficial do exército, que os encontra morando na casa de Pinako Rockbell, uma projetista de Automail que cuida de sua neta, Winry Rockbell.
Este oficial do exército, Roy Mustang, e sua fiel assistente Riza Hawkeye, oferecem uma oportunidade para o jovem Edward. Logo, os irmãos Elric são conhecidos como cães do exército, que é o que os alquimistas militares são em verdade. E é ai que a busca pela pedra filosofal começa, pois este artefato da alquimia pode potencializar seus poderes e assim, trazer as partes do seu corpo de volta supostamente quebrando as regras da troca equivalente.
A trama basicamente gira em torno da busca pela pedra filosofal e como a mesma é produzida, no entanto, aviso aos mais desprevenidos que a busca pela pedra filosofal é apenas pano de fundo que a autora criou para abordar temas como a guerra, guerrilhas e as suas consequências, a quantidade de soldados violentos que é suportada por um exército e os que sofrem com as guerras, civis e até mesmos soldados que enlouquecem. Ainda há questões como adoção de órfãos, como foi entre Pinako e os irmãos Elric.
Vemos os irmãos aprendendo como a vida adulta realmente pode ser cruel. Eles se deparam com mortes, com pessoas más, miséria e destruição causada por guerras infundadas. Mas também aprendem o quanto a generosidade e a bondade podem estar bem na sua frente e você nem perceber. Aliás, Edward também aprende o que é o amor, nada mal para um rapaz esquentado e sem noção! Destaco ainda que podemos ver o quanto eles crescem no decorrer no anime, tanto os traços quanto as interações com outros personagens mudam e eles se tornam ainda mais próximos de nós!
Um dos pontos altos (SPOILERS) é a morte de um personagem muito amado por todos. A morte dele muda o rumo da história, até mesmo personagens que pareciam não estar ligados diretamente à este personagem mudam. A morte de Maes Hughes não é a primeira, mas com certeza é a mais dolorosa para todos os fãs.
Não podemos ainda esquecer que os vilões (sim vilões) neste anime são apenas marionetes na mão de um único ser, um ser que não é humano, mas também não é um “nada”, um ser conhecido como Hohenheim. Que é a essência de todos os pecados humanos. Aliás, pecado aqui é sinônimo de personagem. Isso mesmo, os capangas de Hohenheim possuem nomes de pecados e suas características. Tal fato não surpreende… Estamos tratando aqui de uma história movida por sentimentos humanos e nada mais lógico do que tornar os pecados capitais personagens de destaque.
Mas talvez o mais importante e aquilo que levamos até o final da série seja a Troca Equivalente: para obter algo novo, algo de igual valor deve ser dado em troca. E esta crença leva os irmãos a continuarem sua jornada sem hesitar. Aliás, se quiser levar a questão mais a sério você pode notar que na sua própria vida tudo trata de uma troca, embora e infelizmente, nem sempre ela seja equivalente. E fazendo um parênteses ainda maior entre mundos de anime, você sabia que no anime xXx Holic a bruxa das dimensões Yuuko Ichihara para conceder um desejo pede algo em troca, mas o que a pessoa vai entregar a ela tem que ser algo equivalente ao seu pedido? Incrível as possibilidades desta “lei universal”.
O final é surpreendente e não deixa nada para trás. Todos os assuntos são terminados, todos os personagens que “sobrevivem” ao final tem seus futuros revelados (claro que há muitas perdas, afinal, é uma guerra) e claro, tudo o que aprendemos pode ser definido uma única frase:
“Não se pode aprender nada de uma lição que não seja acompanhada por dor, já que não se pode conseguir nada sem um sacrifício. Mas quando você aguenta essa dor e a supera, as pessoas conseguem um coração forte que não perde para nada. Sim, um coração de aço”.
Atualmente sou mãe. Há mais de 10 anos sou advogada. A vida toda sou viciada em anine, mangá e dorama (faz menos tempo). Com muita chatice para dar e vender, ironia e sarcasmo que não tem fim e um pouco de cafeina correndo nas veias! Gosto de algumas coisas, odeio outras, tolero algumas e estamos ai para isso… Ou como diria o Bilbo Bolseiro: “I don’t know half of you half as well as I should like; and I like less than half of you half as well as you deserve.”
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